Entrevista – Juan Carlos Orozco – Jornal O Imortal
Entrevista
– Juan Carlos Orozco – Jornal O Imortal
Espiritismo é religião na sua essência de praticar o que prega
1º de abril de 2022; Entrevista;
Por: Marcel Bataglia Gonçalves
Natural
de São Paulo, capital paulista, Juan Carlos Orozco, graduado, mestre, doutor e pós-doutor
em Ciências Militares, morou, por decorrência de sua profissão, em diversas
cidades do país, estabelecendo-se por definitivo em 2014 na Capital Federal,
Brasília. Além de palestrante em três instituições espíritas sediadas no
Distrito Federal, é articulista nos periódicos Brasília Espírita, O Consolador e O Imortal.
Concedida
gentilmente ao nosso periódico, Juan Carlos fala-nos nesta entrevista sobre as
boas práticas espíritas e diz quão importante é a doutrina espírita para a
evolução da humanidade e a transformação dos mundos.
Em
que momento teve contato com a Doutrina Espírita?
Em
2014, no antigo Grupo Espírita Fraternidade de Maria (GEFRAMA), hoje Obras
Sociais Fraternidade de Maria (OSFRAMA), em Brasília/DF, durante um atendimento
fraterno, uma entidade espiritual havia- me dito para ler O Evangelho Segundo o Espiritismo,
de Allan Kardec, o que tentei, mas não compreendia bem os seus textos. Depois
daquele conselho, um amigo e trabalhador da Casa convidou-me para fazer uma
palestra acerca de um capítulo da mesma obra. O desafio foi grande, mas a
superação proporcionou-me o início da caminhada doutrinária. Dessa experiência,
tomado por uma imensa vontade de ler todo o Evangelho, como querendo recuperar
o tempo perdido, nunca mais parei de ler, ler e ler.
Houve
algum acontecimento especial que propiciou este contato inicial?
Dizem
no nosso meio que você procura a Casa Espírita pelo amor ou pela dor. Eu fui
pela dor. Procurei o GEFRAMA para pedir a intercessão espiritual a um membro da
minha família que necessitava urgente de auxílio do mundo espiritual. Esse fato
conduziu-me para a Doutrina Espírita.
Qual
a reação de sua família ante sua adesão à Doutrina?
A
adesão à Doutrina Espírita ocorreu progressivamente, conforme ia aprofundando
os estudos e as reflexões a respeito do Espiritismo, pois tudo na vida tem o
seu tempo de: semear, desenvolver, crescer, amadurecer, preparar e servir.
Apesar da conversão ao Espiritismo, não abandonei a origem católica, que me
iniciou na religiosidade cristã. Assim, a minha adesão ao Espiritismo não
trouxe qualquer reação por parte da família, pois cada um tem a sua convicção e
crença. Na verdade, há um respeito mútuo por parte de todos os familiares,
inclusive dos ateus.
Dos
três aspectos do Espiritismo - científico, filosófico e religioso -, qual é o
que mais o atrai?
O
que mais me atrai é o aspecto religioso do Espiritismo, o qual se preocupa com
as consequências morais do ensino científico-filosófico, buscando na ética e na
moral pregadas por Jesus os elementos que deverão nortear a conduta do ser
humano em direção ao Criador. Embora o Espiritismo não seja uma religião
constituída, tradicional, estruturada com base em rituais, sacramentos, dogmas
e classes sacerdotais, ele se preocupa com a atitude de vida e o proceder,
buscando uma identificação com Deus, por meio de uma vida reta, digna e
fraterna, e não através de atitudes exteriores, artificiais e mecanizadas.
O
Espírito Emmanuel, no livro “Verdade e amor”, na psicografia de Francisco
Cândido Xavier, no texto “Amor e verdade”, sintetiza: “A Verdade é Luz. Entretanto, o Amor é a
própria Vida.” Em tão poucas palavras, Emmanuel resume as nossas
tarefas na busca da perfeição, tendo o Mestre Jesus como modelo, guia e roteiro
de vida a caminho do Pai.
Esse
texto coloca verdade e amor lado a lado, como essenciais e complementares para
se empreender caminhadas de sublimes aprendizados, serviços e progressos. A
libertação pela verdade é longo processo pelo trabalho incessante na prática do
amor ao próximo como a si mesmo. Assim, os aspectos científico e filosófico da
Doutrina Espírita são de suma importância para iluminar o nosso interior com as
verdades eternas para purificar os nossos corações e nos conduzir para o
caminho do bem. Mas é o amor em ação, a lei do amor na sua prática, que
verdadeiramente nos impulsionarão para a tão almejada evolução moral e
espiritual, fazendo-nos agir de acordo com os ensinamentos e os exemplos do
Mestre Jesus, tendo eles como roteiro de vida.
Esse
aspecto religioso da Doutrina Espírita é que impulsiona a prática do amor
divino que o Cristo nos ensinou.
Que
livros espíritas que tenha lido você considera indispensáveis aos irmãos que
estão iniciando sua jornada?
Primeiramente,
recomendaria a leitura da Codificação Espírita, de Allan Kardec, começando por
“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, depois “O Livro dos Espíritos”. Outro
livro que dá uma noção geral da Doutrina é “O que é o Espiritismo”. Esses
livros são básicos e essenciais para servir de referência quando da literatura
complementar.
A
Doutrina Espírita é dinâmica e progressiva, pois não foi ditada completa, nem
imposta à crença cega, porque é deduzida, pelo trabalho do homem, da observação
dos fatos que os Espíritos põem sob os olhos e das instruções que dão. Assim,
as revelações são incessantes, complementares e acumulativas de conhecimentos,
sendo transmitidas por diversos meios e médiuns. Por isso, o Espiritismo
continua a ser complementado por novas revelações, conforme a nossa evolução
intelectual, moral e espiritual, que impulsionarão a capacidade de assimilação
de novos conhecimentos que suportarão o apropriado progresso rumo à perfeição
relativa à qual a Humanidade está destinada.
Assim
sendo, diversas coleções da literatura complementar devem ser objeto de leitura
por quem está começando a sua caminhada, em especial aquelas já consagradas
pelas diversas instituições e editoras espíritas.
As
divergências doutrinárias em nosso meio reduzem-se a poucos assuntos. Um deles
diz respeito ao Espiritismo laico. Para você o Espiritismo é religião?
Com
toda a certeza o Espiritismo é religião, mas não aos moldes de outras crenças:
é religião na sua essência de praticar o que prega. Todo conhecimento sem a
prática é inútil, seria a mesma coisa que a fé sem obras.
Allan
Kardec, em “O Livro dos Médiuns”, Primeira Parte, Capítulo III, item 24,
esclarece: “... o
Espiritismo repousa sobre as bases fundamentais da Religião e respeita todas as
crenças; que um de seus efeitos é incutir sentimentos religiosos nos que os não
possuem, fortalecê-los nos que os tenham vacilantes.”
Ainda
Kardec, na Revista espírita, de dezembro de 1868, no discurso de abertura,
disse: “No sentido filosófico,
o Espiritismo é uma religião, e nós nos vangloriamos por isto, porque é a
Doutrina que funda os vínculos da fraternidade e da comunhão de pensamentos,
não sobre uma simples convenção, mas sobre bases mais sólidas: as próprias leis
da natureza”.
O
Espírito Emmanuel, no livro “O Consolador”, em “Definição”, na psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ensina: “Podemos
tomar o Espiritismo, simbolizado (...) como um triângulo de forças espirituais.
A Ciência e a Filosofia vinculam à Terra essa figura simbólica, porém, a
Religião é o ângulo divino que a liga ao céu. No seu aspecto científico e
filosófico, a doutrina será sempre um campo nobre de investigações humanas,
como outros movimentos coletivos, de natureza intelectual que visam ao
aperfeiçoamento da Humanidade. No aspecto religioso, todavia, repousa a sua
grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus Cristo,
estabelecendo a renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu imenso
futuro espiritual.”
Por
tudo isso, o caráter religioso do Espiritismo é o amor em ação, o amor na
prática, o amor decorrente da luz que ilumina o coração, sem ritos, dogmas ou
práticas formais.
Como
você vê a discussão em torno do aborto?
Quem
conhece as origens das vidas espiritual e física, a união do Espírito ao
embrião fetal no útero da mãe, os propósitos de uma existência no corpo físico
e o destino depois dessa vida, considerando-se ainda a lei de causa e efeito,
que conecta passado, presente e futuro, mediante um prévio planejamento
reencarnatório, tem um posicionamento muito claro a respeito de não ser a favor
do aborto.
Sob
a ótica espírita, o aborto interrompe uma vida planejada mesmo antes da
fecundação no útero da mãe, interrompe a oportunidade da alma que ainda não
alcançou a perfeição, interrompe a chance de o Espírito depurar-se, sofrendo a
prova de uma nova existência para a devida renovação e transformação, e
tirando-lhe a possibilidade de dar mais um passo adiante para o seu necessário
progresso intelectual, moral e espiritual.
No
mundo, a discussão em torno desse tema leva muito em consideração os aspectos
materiais e transitórios da vida humana, sem considerar as questões religiosas
e espirituais que evidenciam a imortalidade do Espírito e seu destino a caminho
do Pai.
Um
dia virá a luz da verdade divina iluminando o coração do ser humano, para
enxergar as coisas de Deus no sentido de valorizar a vida que nunca acaba,
aquela que continua e tem um propósito existencial muito bem definido.
Nada
melhor do que o próprio testemunho de vida, em que a minha mãe, quando estava
grávida de mim, foi aconselhada a realizar o aborto. Apesar de jovem, com todas
as dificuldades que enfrentava, tendo ainda que tomar uma decisão sozinha, ela
resistiu corajosamente a todas as sugestões abortivas e seguiu em frente com a
gravidez. Graças a essa determinação materna, hoje estou concedendo esta
entrevista. Dou graças a Deus, a Jesus e à minha mãe pela decisão tomada
naqueles tempos.
Agora,
imaginem vocês quantas vidas foram interrompidas sem a chance que eu tive?
O
movimento espírita em nosso País lhe agrada ou falta algo nele que favoreça uma
melhor divulgação da Doutrina Espírita?
O
Espiritismo nasceu na França, criando as suas raízes no Brasil, a Pátria do
Evangelho, denominação dada pelo Espírito Humberto de Campos, considerando-se
vários fatores de formação da nacionalidade brasileira que contribuem para uma
maior evangelização de seu povo, os quais também favorecem a divulgação da
Doutrina Espírita.
A
expansão do Espiritismo no Brasil superou vários obstáculos e desafios para
acolher a nova Doutrina e atingir o estágio atual. A exemplo dos primeiros
profetas e mensageiros divinos, tudo foi com muito sacrifício, perseverança e
determinação de propósitos. Não foi tarefa fácil, envolvendo o esforço de todos
aqueles que aceitaram seguir as pegadas do Mestre Jesus: ser o sal da Terra e a
luz do mundo para os seus semelhantes.
Na
minha percepção, o movimento espírita no Brasil está em expansão e seguindo o
seu rumo traçado pelo Mentor Espiritual Ismael. Contudo, como todo movimento
que cresce, não se pode perder o seu controle, principalmente para se manter
fiel aos preceitos que deram a sua origem no caminho do bem e da caridade, sem
se desviar do caminho da verdade e da vida em direção ao Pai, principalmente
diante de circunstâncias que possam abalar a lei maior do amor e honrar o seu
lema: Fora da caridade não tem salvação!
Nesse
contexto, o mais importante do que favorecer uma melhor divulgação da Doutrina
é dar o exemplo, confiabilidade e autoridade àquilo que prega e difunde. Se não
faço o que prego, dificilmente alguém acreditará na sua divulgação.
O
momento atual exige perseverança e vigilância por parte dos trabalhadores
espíritas. A retidão de comportamentos, atitudes e procedimentos no caminho do
bem e da caridade terá um efeito aglutinador pela fé e confiança, valendo mais
do que mil palavras.
Devido
à expansão do movimento, cresce de importância a vigilância e a dedicação aos
estudos, para se obter os verdadeiros entendimentos doutrinários espíritas,
mediante a correta assimilação dos princípios do Espiritismo, estimulando a
prática das verdades que libertam a alma.
A
preparação do advento do mundo de regeneração em nosso planeta já deu, como
sabemos, seus primeiros passos. Daqui a quantos anos você acredita que a Terra
deixará de ser um mundo de provas e expiações, passando plenamente à condição
de um mundo de regeneração, em que, segundo Santo Agostinho, a palavra amor estará
escrita em todas as frontes e uma equidade perfeita regulará as relações
sociais?
O
atual momento de transição planetária já começou, mas não há como se precisar
quando isso se consolidará. Não estamos falando de dia, hora, minutos e
segundos, mas sim de um período determinado por Deus.
Quando
fiz uma palestra sobre os sinais dos tempos, comentei que muitos se assustam
com o Apocalipse escrito por João Evangelista por meio de simbolismos e
alegorias, fazendo relação dessa revelação com o fim do mundo.
O
Apocalipse, revelação de Jesus Cristo, que foi dada por Deus, ao invés de
anunciar o fim do mundo, narra o início de uma Nova Era da Humanidade.
Outra
questão que deixa a muitos receosos e com medo: Tem hora e data marcadas para
tudo isso ocorrer? Vários textos evangélicos respondem a essa indagação.
“Quanto
ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente
o Pai”. (Mateus, 24: 36)
“Portanto,
vigiai, porque não sabeis em qual dia vem o vosso Senhor”.
(Mateus, 24: 42)
“Senhor,
Senhor, abre-nos a porta! Mas ele respondeu: Em verdade vos digo que não vos
conheço. Portanto, vigiai, porque não sabeis nem o dia, nem a hora”.
(Mateus, 25: 13)
Pela
Parábola das dez virgens (Mateus, 25: 1-13), aqueles que não se prepararem para
esses tempos perderão o início das bodas, quando se fecharem as portas de um
momento para outro. Daí a importância de se perseverar na vigilância
necessária, porque não se pode precisar o momento em que ocorrerá a transição
da Humanidade, por isso o alerta: “Portanto,
vigiai, porque não sabeis nem o dia, nem a hora”.
Logo,
tenhamos a devida cautela quando nos apresentarem uma data para essas coisas
ocorrerem.
A
transição planetária trata do fim de um ciclo evolutivo da Humanidade, dos
tempos de um mundo velho, com o desaparecimento de tudo que é contrário à
moral, à justiça e à lei de Deus, com o surgimento de um mundo novo sob a égide
da verdade, do bom entendimento, da lisura de caráter, da equidade, do amor, da
paz e da fraternidade universal.
É
preciso agir com cuidado para não sermos envolvidos e enganados pelos falsos
profetas, porque, submetidos ao peso das provações, estaremos mais expostos e
fragilizados. Assim, surgirão aproveitadores que se alimentarão do sofrimento
no Planeta, representados por Espíritos inescrupulosos e mentirosos, que nos
apresentarão certas datas ou determinados momentos para o tal “fim do mundo” ou
“fim da transição planetária”.
Em
face dos problemas que a sociedade terrena está enfrentando, qual deve ser a
prioridade máxima dos que dirigem atualmente o movimento espírita no Brasil e
no mundo?
Vários
livros do Espírito Manoel Philomeno de Miranda, na psicografia de Divaldo
Pereira Franco, trazem alertas direcionados a dirigentes e trabalhadores
espíritas.
Nas
revelações desses livros, inescrupulosa coletividade de Espíritos do mal tem
agido ardilosamente, explorando as vulnerabilidades e fragilidades de muitos
trabalhadores da última hora invigilantes, minando as suas condutas. Inclusive
atrevem-se a dar nova interpretação às obras da Codificação, que alguns
simpatizantes acreditam como “verdade” e procuram difundir.
Diante
dessa situação, vozes do mundo espiritual conclamam os trabalhadores do bem à
vigilância e à oração, como forma de se neutralizar essas incursões do mal.
Por
exemplo, o livro “Perturbações Espirituais”, em diversos capítulos, descreve
ataques a núcleos espíritas e a seus servidores, conduzindo-nos para reflexões
de vigilância, autocrítica, autoconhecimento, reforma íntima e de rever as
nossas condutas ética e moral para não cair em tentações que produzem severas
quedas.
As
forças do mal de outras eras, verdadeiros anticristos, uniram-se em batalha com
inimigos comuns. Na impossibilidade de atingir o Cristo, desenharam plano hábil
para desviar os novos cristãos dos seus caminhos da verdade e da vida em
direção ao Pai.
Utilizando-se
do vampirismo e da obsessão, procuram dominar a Terra como nas épocas
tenebrosas das Cruzadas e da Inquisição.
Permanecendo
na Palavra e conhecendo a verdade divina, na busca da transformação moral
libertadora, a perseverança e a vigilância surgem como essenciais preceitos de
conduta nas lutas renovadoras, das quais somos convocados a fazer as escolhas
mais acertadas em prol dos mais elevados sentimentos de fraternidade universal,
pela prática da caridade para com nós mesmos e aos nossos semelhantes.
Por
tudo isso, vejo como prioridade para os dirigentes espíritas a observação
desses alertas advindos do mundo espiritual para que os trabalhadores espíritas
não se deixem cair em tentação e desviem do caminho reto do amor, do bem e da
caridade.
A
pandemia que estamos enfrentando desde o início de 2020 alterou drasticamente o
funcionamento das Casas Espíritas e inspirou o surgimento das atividades
on-line. Como você vê o retorno da Casa Espírita e seu funcionamento a partir
do momento em que a Covid esteja inteiramente superada?
Os
atendimentos presenciais das Casas Espíritas sofreram grandes impactos da
pandemia, fazendo com que outros meios de comunicação e divulgação fossem
intensificados para suprir as restrições impostas pelo combate à Covid-19,
principalmente para inovar, visando manter os atendimentos fraternos, as
palestras, os estudos, os tratamentos fraternos, entre outros.
Diversas
Casas Espíritas, apoiadas por trabalhadores que possuíam algum conhecimento na
utilização de mídias sociais, encontros virtuais por aplicativos, Blogs,
vídeos, áudios, podcasts, etc., continuaram suas atividades, superando os
momentos de distanciamento. Essas atividades on-line
mostraram-se como excelentes alternativas para complementar os serviços já
realizados pelos Centros Espíritas, não devendo ser relegados ou abandonados
para o pós-pandemia, mesmo porque a nova geração já nasceu nesse meio virtual.
Como
exemplo, eu tenho um Blog de reflexões espíritas, cujo provedor tem uma
ferramenta de medição, identificando as visualizações e visitas, as origens dos
países, os acessos às postagens, os termos de buscas, os downloads, os
comentários, entre outros. Nos aspectos visualizações e visitas, a pandemia foi
um divisor de águas, tendo um crescimento de 5.460% de 2020 a 2021.
Na
minha opinião, as atividades on-line
vieram para ficar e serem melhor aproveitadas. O retorno das Casas Espíritas
deverá considerar, além das práticas realizadas há tempo, essas atividades on-line, aproveitando-se de
trabalhadores espíritas vocacionados para esses novos meios de comunicação e
divulgação, porquanto para quem se comunica entre os mundos físico e espiritual
não pode prescindir do mundo virtual.
Suas
palavras finais.
Em
nossas jornadas, encontramos pedras no caminho representadas pelas dificuldades
de qualquer natureza, podendo asfixiar a fé, a confiança, os talentos que Deus
nos deu e a esperança em dias melhores na busca dos nossos objetivos, ideais e
perspectivas de servir. Elas podem, também, ser vistas como condicionamentos ou
reflexos dominantes da personalidade que se expressam sob a forma de interesses
passageiros, superficiais e que não cedem espaço a entendimentos mais
profundos.
Podemos
removê-las pelo conhecimento das verdades que libertam, aproveitando-as para
edificar a morada interior em alicerces celestes. Do entendimento e da conduta
de cada um de nós, dependerá a felicidade ou o infortúnio.
Tropeçando,
pisando, caindo, removendo ou construindo com as pedras do caminho, temos
valiosas oportunidades de aprendizado e crescimento. Os tropeços virão, mas a
diferença está em como compreendemos as lições que deles soubermos tirar.
Muitas
vezes, pensamos nas dificuldades e nos esforços necessários para se alcançar
algo na vida, imaginando os grandes obstáculos que possam surgir e impedir o
prosseguimento no caminho anteriormente traçado. Semeamos a dúvida sobre a
capacidade de buscar os nossos objetivos e de superar os desafios da vida,
sentindo-nos inseguros e incrédulos, dificultando buscar os cumes mais elevados
de evolução espiritual.
As
pessoas com essas pedras interiores, ante os menores obstáculos que surgem no
exercício do bem, não conseguem se manter fiéis aos ensinamentos de Jesus, Dele
se afastando.
Visualizamos
os grandes obstáculos, mas tropeçamos nas pequenas pedras do dia a dia. Na
verdade, as maiores pedras a serem removidas estão dentro de nós mesmos, para
que consigamos alcançar a tão almejada edificação do reino de Deus.
Considerando
os diferentes estágios evolutivos, cada qual ao seu tempo, o Espírito haverá de
despertar a consciência para passar a compreender melhor os mecanismos que
regem o Universo e as reais razões de ser de nossa existência. Tal
transformação somente se dará mediante uma reforma íntima pelo
autodescobrimento e autoconhecimento, com trabalho, esforço e mérito.
Compreenderá que as pedras do caminho são necessárias para os devidos
ensinamentos, reflexões e aprendizados para seguir a trajetória evolutiva na
busca da perfeição relativa à Humanidade, tendo Jesus como modelo e guia, e os
seus ensinamentos e exemplos como roteiros de vida, porquanto ninguém chega ao
Pai senão por Ele.
Assim,
as pedras no caminho poderão atrasar, estacionar ou acelerar o nosso progresso,
dependendo de como as visualizamos e utilizamos. Remova as pedras do seu
caminho e construa o seu futuro com elas.

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