A indiferença
A
indiferença
Diante de
tantos sofrimentos e dores, como temos visto indiferenças!
Há dois mil anos da Boa Nova
renovadora para a Humanidade, ainda não aprendemos a amar o próximo como a nós
mesmos.
A
indiferença é característica de quem se mantém tranquilo sem demonstrar
preocupações, comportando-se de forma insensível, diante de algo ou alguém.
Ao
contrário da empatia, a indiferença por alguém se manifesta pelo sentimento de
apatia, pelo distanciamento e pela incapacidade para responder a atividades
estimulantes alheias, quer seja por ausência de interesse ou por falta de
atenção e consideração.
De certa
maneira, a indiferença afeta o nosso semelhante, pois passa a mensagem de que
“eu não me importo com você”, demonstrando um coração endurecido e a frieza de
sentimento.
Religiosamente,
a indiferença para com o nosso semelhante faz manifestar a carência de amor,
solidariedade, fraternidade, bondade, misericórdia e compaixão, principalmente
para entender as dores, os sofrimentos e as dificuldades da alma alheia. E
mais, mostra a não submissão às leis de Deus e à vontade divina.
A Parábola
do Bom Samaritano traz ensinamentos e exemplos da indiferença humana para com o
nosso semelhante, em especial daqueles que deveriam ter misericórdia e
compaixão com a dor e o sofrimento do outro, como no caso do sacerdote e do
levita.
Nessa Parábola, o judeu
caído semimorto no caminho representa qualquer pessoa que precisa da nossa
ajuda, compaixão e caridade, simbolizando o próximo.
Diante do
homem precisando de socorro, passar ao largo do judeu caído reflete a
ociosidade mental enfatizada pela postura daqueles que estão acostumados a
cultivar o interesse pessoal e a indiferença para com as necessidades dos que
sofrem, quase sempre dominados pelos sentimentos de egoísmo, orgulho e vaidade.
Apesar de detentor de vários
recursos, o coração do sacerdote manteve-se fechado à prática da solidariedade
ensinada por todas as interpretações religiosas. A visão desinteressada do
religioso por aquele necessitado indicou uma observação superficial de quem
nada sentia, porque não havia sentimentos envolvidos.
Do mesmo modo que o
sacerdote, o levita passou ao largo daquele homem caído e ensanguentado no
caminho. Esses personagens são exemplos do amor dos egoístas, o amor dos que
não compreenderam, ainda, o verdadeiro amor.
Em “O Livro dos Espíritos”,
na questão 642, temos um alerta aos indiferentes, quando Allan Kardec pergunta:
“Para agradar a Deus e assegurar a sua posição futura, bastará que o homem
não pratique o mal?”; a resposta do Espírito Superior é “Não;
cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo
mal que haja resultado de não haver praticado o bem”.
Prossegue Kardec na questão
643: “Haverá quem, pela sua posição, não tenha possibilidade de fazer o
bem?” A resposta é: “Não há quem não possa fazer o bem. Somente o
egoísta nunca encontra ensejo de o praticar. Basta que se esteja em relações
com outros homens para que se tenha ocasião de fazer o bem, e não há dia da
existência que não ofereça, a quem não se ache cego pelo egoísmo, oportunidade
de praticá-lo. Porque, fazer o bem não consiste, para o homem, apenas em ser
caridoso, mas em ser útil, na medida do possível, todas as vezes que o seu
concurso venha a ser necessário”.
Assim, o indiferente “responderá
por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem”, pois que “não
há quem não possa fazer o bem” (...) “e não há dia da existência que não
ofereça, a quem não se ache cego pelo egoísmo, oportunidade de praticá-lo”, porquanto,
“somente o egoísta nunca encontra ensejo de o praticar”.
Com mesmo
entendimento, o Espírito Emmanuel, no livro “Pão Nosso”, em “O arado”, na
psicografia de Francisco Cândido Xavier, traz sublime lição: “Meditemos nas
oportunidades perdidas, nas chuvas de misericórdia que caíram sobre nós e que
se foram sem qualquer aproveitamento para nosso espírito, no sol de amor que
nos vem vivificando há muitos milênios, nos adubos preciosos que temos
recusado, por preferirmos a ociosidade e a indiferença”.
Assim,
devemos lutar contra o egoísmo, o orgulho, a vaidade e a indiferença, pois que:
“fora da caridade não há salvação!”.
Autor: Juan Carlos Orozco
Bibliografia:
BÍBLIA
SAGRADA.
EMMANUEL (Espírito); (psicografado por)
Francisco Cândido Xavier. Pão Nosso. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação
Espírita Brasileira, 2018.
KARDEC,
Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O
Evangelho Segundo o Espiritismo. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita
Brasileira, 2019.
KARDEC,
Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O
Livro dos Espíritos. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira,
2019.

Comentários
Postar um comentário