As potências da alma: meios disponíveis para impulsionar a evolução
As potências da alma: meios disponíveis
para impulsionar a evolução
Esta reflexão apoia-se no
livro “O problema do ser, do destino e da dor”, de Léon Denis, em que as
potências da alma, a poderosa rede de forças e energias ocultas em nós, são
identificadas pela vontade, pela consciência, pelos pensamentos, pelo
livre-arbítrio, pelo amor e pela dor.
Como seres espirituais e
inteligentes criados por Deus, trazemos no íntimo da alma os germens de
faculdades poderosas e variadas, ou seja, os elementos necessários para
impulsionar a nossa evolução espiritual a caminho da perfeição relativa à
Humanidade.
Do amor de Deus, poderemos
ser amorosos; da bondade divina, poderemos ser bondosos; da misericórdia
divina, poderemos ser misericordiosos; da justiça divina, poderemos ser justos;
da inteligência divina, poderemos ser criativos; e assim por diante.
Nascemos espiritualmente
simples e ignorantes, mas o nosso destino é a evolução rumo à perfeição
relativa para a humanidade, cujo modelo e guia é Jesus: o caminho, a verdade e
a vida em direção ao Pai.
A vontade é a força interior
que impulsiona o ser a realizar algo, a atingir seus fins ou desejos, colocando
em movimento as potências internas, orientando-as para um ideal elevado, pois
querer é poder.
A persistência e a
tenacidade na vontade permitem modificar a nossa natureza, vencer os obstáculos
e dominar a matéria, a doença e a morte. É pela vontade que dirigimos os nossos
pensamentos para o alvo determinado. É preciso saber se concentrar, colocar o
pensamento em sintonia com o divino.
A consciência é o sentimento
ou conhecimento que permite ao ser humano vivenciar, experimentar e compreender
aspectos de seu mundo interior. É a percepção que o ser humano possui do que é
moralmente certo ou errado, em atos e motivos individuais.
A inteligência se desenvolve
à medida que o Espírito conhece a si mesmo autodescobrindo e tem consciência de
seus atos, dominando as potencialidades da alma e do corpo.
Temos a consciência
percebida pelos sentidos corpóreos e a decorrente dos sentidos espirituais,
enxergando o imperceptível fisicamente.
A consciência física é o
centro da personalidade, que se completa pela consciência espiritual,
controlando as vontades; os desejos; as esperanças; os temores; os pensamentos;
o livre-arbítrio; o amor e a dor.
Muitas pessoas têm o sentido
espiritual, que as torna capaz de perceber os fatos e as verdades de ordem
transcendental. Contudo, estas desconhecem a possibilidade de comunicar-se com
os seus amigos do espaço por meio da mediunidade.
O livre-arbítrio é a
possibilidade de decidir, escolher em função da própria vontade, isenta de
qualquer condicionamento, motivo ou causa determinante. É a capacidade de fazer
escolhas e tomar decisões. O livre-arbítrio desenvolve-se à medida que o Espírito
adquire a consciência de si mesmo. Nas primeiras fases da vida, a liberdade do
Espírito é quase nula.
Liberdade e responsabilidade
são correlatas, aumentando com a elevação do ser, refletindo a expansão da
personalidade e da consciência. Estas capacidades somente podem ser obtidas com
educação e preparação prolongada das faculdades humanas.
O pensamento é criador e
quem pensa é a alma. O pensamento projeta-se sem cessar no tempo e no espaço.
Todo produto do Espírito
reverte para o autor com as suas consequências, podendo acarretar sofrimento ou
elevação do ser. Pode-se percorrer caminho de atmosfera brilhante ou turva,
povoada pelas criações de seu pensamento.
O pensamento é portador de
carga energética que o qualifica positiva e negativamente, interferindo nos
relacionamentos humanos conforme as faixas vibratórias que se expandem.
O pensamento de natureza
doentia, pessimista e rancorosa tanto prejudica quem o cultiva quanto produz
ressonância perniciosa na pessoa contra a qual é dirigido.
O pensamento não atua
somente em torno de nós, influenciando os nossos semelhantes para o bem ou para
o mal; atua principalmente em nós, pois gera as nossas palavras e ações e, com
ele, construímos o edifício grandioso ou miserável de nossa vida presente e
futura.
O amor reveste-se de formas
infinitas, desde as mais vulgares até as mais sublimes.
O amor divino proporciona à
alma, em suas manifestações mais elevadas e puras, a intensidade de radiação
que aquece e vivifica tudo em volta de si. É por ele que a alma se sente
estreitamente ligada ao Poder divino, foco ardente de toda a vida e todo o amor.
O amor é força inexaurível,
renova-se sem cessar e enriquece ao mesmo tempo aquele que dá e quem recebe. É
por amor que Deus atua no mundo.
A alma adquirirá a plenitude
de seu desenvolvimento quando for capaz de compreender a vida celeste, que é
toda amor, e dela participa. O amor divino deve se expandir para os outros, o
amor que multiplica, expande, liberta e faz evoluir.
A dor é lei de equilíbrio e
educação, pois ela adverte, faz refletir, aprender, ensinar e permite evoluir.
Todos os seres passam pela
dor, porquanto os erros do passado recaem sobre nós com todo o seu peso e
determinam as condições do nosso destino. O sofrimento é a repercussão das
violações cometidas de ordem eterna.
A ação da dor é um bem para
quem sabe compreender, mas somente podem compreender aqueles que sentiram os
seus poderosos efeitos.
Quanto mais a alma se eleva,
cresce e se faz bela, tanto mais a dor se espiritualiza e se torna sutil.
Quanto mais o ser humano se aperfeiçoa, tanto mais admiráveis se tornam nele os
frutos da dor.
Por trás da dor, há alguém
invisível que lhe dirige a ação e a regula segundo as necessidades de cada um.
A dor é apenas meio de que usa o Poder Infinito para chamar cada um a si e, ao
mesmo tempo, tornar-nos mais rapidamente acessíveis à felicidade espiritual,
única duradoura.
Assim, trazemos os germens
da divindade, como seres espirituais e inteligentes, obras do Criador. É na
vida íntima, no desabrochar de nossas potências, faculdades e virtudes, que
está o manancial para alavancar a nossa evolução.
Autor: Juan Carlos Orozco
Bibliografia:
BÍBLIA
SAGRADA.
DENIS,
Léon. O problema do ser, do destino e da
dor. 32ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2017.

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