É necessário que ele cresça e que eu diminua
É necessário que ele cresça e que eu diminua
João Batista, denominado o precursor, o último
e o maior dos profetas do
povo judeu, era primo de Jesus,
filho de Zacarias e Isabel, cujo nascimento foi da gravidez de sua mãe em idade
avançada.
Antes de João Batista, houve grande silêncio
profético, por cerca de quatrocentos anos, em que nenhum profeta se manifestou.
Em João Batista, encontramos um dos símbolos
imortais do Cristianismo, que viveu em luta com as próprias imperfeições,
estabelecendo em si um santuário
com o Cristo.
Ele representa aqueles que estão empenhados
na reeducação espiritual, sob o império da lei de causa e efeito.
Pregava o advento do reino dos Céus com ardor
e de forma contundente, usando o poder de convencimento que possuía. Essa pregação
desagradava familiares do rei Herodes e sacerdotes, porque introduziu
modificações nas práticas religiosas do Judaísmo.
Com
zelo profético, pregava nova mensagem e propunha novo rito, porquanto, até sua
chegada, a busca da paz interior
relacionava-se às obrigações religiosas de culto externo: sacrifícios,
holocaustos, oferendas, santificação do sábado, etc.
Ele estimulava a multidão a arrepender-se,
como base para a melhoria espiritual, sem o qual não ocorreria a regeneração do
Espírito.
João
Batista foi fiel instrumento da vontade do Pai celestial e cumpriu sua missão
com dedicação e firmeza.
Muitos achavam que ele seria o Messias, mas foi
um missionário que viria antes do Cristo para preparar o caminho, profetizando
sua vinda e missão.
Quando Jesus o procurou para ser batizado,
João identificou-o como o Cristo que haveria de vir. Em decorrência, os
discípulos de João Batista ficaram em conflito a respeito de Jesus.
Então, João Batista não titubeou e afirmou: “Vós mesmos me sois testemunhas de que
disse: eu não sou o Cristo, mas sou enviado adiante dele. Aquele que tem a
esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e o ouve, alegra-se
muito com a voz do esposo. Assim, pois, já este meu gozo está cumprido. É
necessário que ele cresça e que eu diminua.”
(João,
3: 28-30)
O
Espírito Emmanuel, no livro “O Consolador”, na questão 309, na psicografia de
Francisco Cândido Xavier, esclarece:
“Em
que sentido devemos interpretar as sentenças de João Batista: a quem pertence a
esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que com ele está e ouve, muito se regozija
por ouvir a voz do esposo. Pois este gozo eu agora experimento; é preciso que
ele cresça e que eu diminua?”
A
resposta é: “O esposo da Humanidade terrestre é Jesus Cristo, o mesmo
Cordeiro de Deus que arranca as almas humanas dos caminhos escusos da
impenitência. O amigo do esposo é o seu precursor, cuja expressão humana
deveria desaparecer, a fim de que Jesus resplandecesse para o mundo inteiro, no
seu Evangelho de Verdade e Vida.”
O
Espírito Emmanuel, no livro “Vinha de Luz”, em “Na propaganda eficaz”, Capítulo
76, na psicografia de Francisco Cândido Xavier, ensina:
“É necessário que ele cresça e que eu diminua.
João Batista (João, 3: 30)
(...) A assertiva de João Batista, nesta
passagem, é significativa. Traça um programa a todos os que pretendam funcionar
em serviço de precursores do Mestre, nos corações humanos.
Não vale impor os princípios da fé.
A exigência, ainda que indireta, apenas
revela seus autores. As polêmicas destacam os polemistas... As discussões
intempestivas acentuam a colaboração pessoal dos discutidores. Puras pregações
de palavras fazem belos oradores, com fraseologia preciosa e deslumbrantes
ornatos da forma.
Claro que a orientação, o esclarecimento e
o ensino são tarefas indispensáveis na extensão do Cristianismo, entretanto, é
de importância fundamental para os discípulos que o Espírito de Jesus cresça em
suas vidas. Revelar o Senhor na própria experiência diária é a propaganda mais
elevada e eficiente dos aprendizes fiéis.
Se realmente desejas estender as claridades
de tua fé, lembra-te de que o Mestre precisa crescer em teus atos, palavras e
pensamentos, no convívio com todos os que te cercam o coração. Somente nessa
diretriz é possível atender ao Divino Administrador e servir aos semelhantes,
curando-se a hipertrofia congenial do ‘eu’.”
As
reflexões dos textos de Emmanuel conduzem àquele que se propõe a servir e pregar
a Palavra do Mestre Jesus, cuja postura deve ser a de que: “É necessário que ele cresça e que eu diminua”.
O mais
importante é a mensagem, o ensinamento e o exemplo do Mestre Jesus do que exaltar
o seu portador, o qual deve realizar a sua tarefa sem ostentação ou esperar
qualquer tipo de reconhecimento.
Para
tanto, é preciso controlar o ego, o orgulho e a vaidade, buscando a humildade
de quem é apenas o portador da mensagem divina.
Daniela
Migliari, em seu vídeo no YouTube, com o título “Deixai brilhar a vossa luz”,
traz uma lição bem a propósito a esse respeito, no que tange a palestrantes
espíritas:
“Mais tarde, conversando com um colega
experiente, este o levou a visualizar uma passagem do Evangelho, em que é
narrada a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém, no histórico domingo de ramos.
Dentro dessa visualização, o amigo pediu
para que olhasse para a multidão, e que procurasse por si mesmo em meio àquela
cena. Você está aí nesta cena, repare bem, dizia.
Depois de buscar identificar-se, sem
sucesso, o amigo que conduzia a visualização, assinalou: está vendo Jesus
Cristo entrando na cidade, sentado sobre o burrinho: você é ele, o burrinho!”
Daniela
Migliari concluiu: “O palestrante
entendeu a colocação e, sem qualquer intenção de menosprezar a si mesmo, nem se
dar importância demasiada, percebeu-se tão somente como um veículo do Amor,
expressando-se na alegria do serviço”.
Os
fariseus, na época de Jesus, valorizavam as práticas exteriores, que, sob as
aparências de devoção, demonstravam grande orgulho, utilizando a religião como
meio de chegarem a seus fins, do que como objeto de fé sincera. Da virtude nada
possuíam, além das exterioridades e da ostentação. Eles procuravam exercer
grande influência sobre o povo, passando-se como santas criaturas.
Hoje,
muitos imitam o proceder dos fariseus, os quais possuem conhecimentos das escrituras,
mas vivem de aparências exteriores, esquecendo-se das mensagens das quais são
portadores e procurando valorizar o ego e o orgulho.
A
divulgação da Palavra não comporta ostentação de qualquer natureza.
A maior
recompensa de um discípulo de Jesus será o sentimento de amor por servir e ser
instrumento divino em sua missão.
A
prática do bem e do amor é uma conquista da alma em serviço edificante.
O que
importa é aprender a servir.
Bibliografia
BÍBLIA
SAGRADA.
EMMANUEL
(Espírito); (psicografado por) Francisco Cândido Xavier. O
Consolador. 29ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita
Brasileira, 2019.
EMMANUEL
(Espírito); (psicografado por) Francisco Cândido Xavier. Vinha de
luz. 1ª
Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2021.
MIGLIARI,
Daniela. Deixai brilhar a vossa luz.
Postado em: 20
de abril de 2017 https://www.youtube.com/watch?v=JWg9snYedNg.
Acessado em: 20 de agosto de 2024.

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