Homo sapiens
Homo sapiens
A pesquisa realizada pela Universidade de Michigan, dos EUA, e
pelo Instituto Max Planck pela Ciência da História Humana, da Alemanha,
levantou a hipótese de que “a nossa permanência se deve à aptidão do homem
atual para se adaptar a ambientes extremos”.
A tese considerou que outros representantes do gênero Homo ocupavam
bosques e campos, mas somente o Homo sapiens estabeleceu moradia em
lugares de difícil sobrevivência, de climas hostis e ambientes inóspitos.
Além disso, o cientista arqueológico Patrick Roberts afirmou que
essa conquista foi resultado da nossa “cultura cumulativa” e à capacidade de
formar relações com todos os membros da nossa espécie, inclusive os que não
pertencem à nossa família. Essa caraterística facilitou “o ajuste de certos
povos em áreas a eles desconhecidas, já que possuiriam um conhecimento prévio
dos mecanismos e costumes necessários para se viver naquele lugar”.
A Ciência e o Espiritismo
Como se observa da matéria, a Ciência busca explicações por que o Homo sapiens sobreviveu em
relação às outras espécies precedentes que sucumbiram ao longo do tempo.
Importante destacar que Ciência e Espiritismo caminham juntos na
busca da verdade, complementando-se. A Ciência sozinha não consegue explicar
todos os fenômenos do Universo somente pelas leis da matéria. O Espiritismo sem
a Ciência faltaria o apoio e a comprovação necessária para sustentar os
fenômenos espirituais.
Para o Espiritismo, o Universo não é só matéria, tem princípio
inteligente regendo tudo que existe. Nada é por acaso, nada ocorre sem controle
ou em desordem.
Nesse sentido, destacam-se duas forças que regem o Universo: o
princípio espiritual e o princípio material. E acima de tudo Deus, inteligência
suprema, causa primária de todas as coisas. Não há efeito sem causa anterior.
Da ação simultânea dos princípios material e inteligente, nascem
fenômenos que são naturalmente inexplicáveis, se não considerarmos um dos dois.
Evolução dos mundos, seres e Espíritos
O Universo está em constante evolução, pois o progresso é lei da
natureza e todos seres estão submetidos a ele. Nada está parado: evoluem
mundos, seres vivos e Espíritos.
O mundo, ao progredir, oferece morada mais agradável a seus
habitantes, à medida que eles também progridem. Paralelamente, marcham
progressos de homens, animais, vegetais e mundos que eles habitam.
A Terra esteve material e moralmente num estado inferior ao de
hoje, e atingirá um grau mais avançado.
A Gênese
No livro A Gênese Kardec expressa: “a Gênese
compreende duas partes: a história da formação do mundo material e a da
humanidade, considerada em seu duplo princípio, corporal e espiritual” (KARDEC.
A Gênese, pg. 77, 2ª Edição, FEB, 2013).
Mais adiante, complementa: “mas a história do homem,
considerado como ser espiritual, se prende a uma ordem especial de ideias, que
não são do domínio da Ciência propriamente dita e das quais, por este motivo,
não constitui objeto de suas investigações” (KARDEC. A Gênese, pg. 77, 2ª
Edição, FEB, 2013).
Será exatamente neste ponto que a Doutrina Espírita explicará por
que só o Homo sapiens sobreviveu.
Acerca da formação primária dos seres vivos, Kardec esclarece que
“houve um tempo em que não existiam animais; logo, eles tiveram começo. Cada
espécie foi aparecendo à medida que o globo adquiria as condições à sua
existência” (KARDEC. A Gênese, pg. 161, 2ª Edição, FEB, 2013).
A questão do Homo sapiens nos conduz aos antepassados das
criaturas humanas no seu processo evolutivo com os aperfeiçoamentos da
Natureza.
O Espírito Emmanuel, na psicografia de Francisco Cândido Xavier,
em “A caminho da luz” (38ª Edição, FEB, 2016) traz algumas considerações que
contribuem para responder à pergunta da articulista.
“Sob a orientação
misericordiosa e sábia do Cristo, laboravam na Terra numerosas assembleias de
operários espirituais. Como a engenharia moderna, que constrói um edifício
prevendo os menores requisitos de sua finalidade, os artistas da
espiritualidade edificavam o mundo das células iniciando, nos dias primevos, a
construção das formas organizadas e inteligentes dos séculos porvindouros”. (...)
“As formas de
todos os reinos da natureza terrestre foram estudadas e previstas. Os fluidos
da vida foram manipulados de modo a se adaptarem às condições físicas do
planeta, encenando-se as construções celulares segundo as possibilidades do
ambiente terrestre, tudo obedecendo a um plano preestabelecido pela
misericordiosa sabedoria do Cristo, consideradas as leis do princípio e do
desenvolvimento geral”. (pg. 19)
“Os tipos
adequados à Terra foram consumados em todos os reinos da Natureza,
eliminando-se os frutos teratológicos e estranhos, do laboratório de suas
perseverantes experiências”. (pg. 23)
“As forças espirituais que
dirigem os fenômenos terrestres, sob a orientação do Cristo, estabeleceram, na
época da grande maleabilidade dos elementos materiais, uma linhagem definitiva
para todas as espécies, dentro das quais o princípio espiritual encontraria o
processo de seu acrisolamento, em marcha para a racionalidade. Os peixes, os
répteis, os mamíferos, tiveram suas linhagens fixas de desenvolvimento e o
homem não escaparia a essa regra geral”. (pg. 24)
Dessas assertivas, verifica-se que Jesus e seus operários
espirituais participaram da gênese da humanidade construindo formas organizadas
e inteligentes, de modo a se adaptarem às condições físicas do planeta, segundo
as possibilidades do ambiente terrestre, em que os tipos mais adequados
sobreviveram e os imperfeitos foram eliminados pelo laboratório das forças
espirituais. A linhagem definitiva prosseguiu o seu caminho em direção da
racionalidade.
Como se observa, o Homo sapiens sobreviveu por suas
características especiais que se adequou ao ambiente terrestre, superando seus
antecessores, o que podemos confirmar mais uma vez nas palavras do Espírito
Emmanuel:
“Os antropoides
das cavernas espalharam-se, então, aos grupos, pela superfície do globo, no
curso vagaroso dos séculos, sofrendo as influências do meio e formando os
pródromos das raças futuras em seus tipos diversificados; a realidade, porém, é
que as entidades espirituais auxiliaram o homem do sílex, imprimindo-lhe novas
expressões biológicas. Extraordinárias experiências foram realizadas pelos
mensageiros do invisível. As pesquisas recentes da Ciência sobre o tipo de
Neanderthal, reconhecendo nele uma espécie de homem bestializado, e outras
descobertas interessantes da Paleontologia, quanto ao homem fóssil, são um
atestado dos experimentos biológicos a que procederam os prepostos de Jesus,
até fixarem no "primata" os característicos aproximados do homem
futuro”. (pg. 24)
Depois de séculos de experiências, as ações do mundo invisível
operaram definitiva transição no corpo perispiritual preexistente, dos homens
primitivos, nas regiões siderais e em certos intervalos de suas reencarnações.
Assim, surgem os primeiros selvagens de compleição melhorada,
tendendo à elegância dos tempos do porvir. Uma transformação visceral
verificara-se na estrutura dos antepassados das raças humanas.
Emmanuel, em “A caminho da luz”, registra ainda que as falanges do
Cristo operavam as últimas experiências sobre os fluidos renovadores da vida,
aperfeiçoando os caracteres biológicos das raças humanas, quando chegaram os
auxílios dos Espíritos degredados de Capela.
Aquelas almas aflitas e atormentadas reencarnaram nas regiões mais
importantes, dando origem à Raça Adâmica. Com suas reencarnações no mundo
terreno, estabeleciam-se fatores definitivos na história etnológica dos seres.
Um grande acontecimento se verificara no planeta.
O Espírito Áureo, no livro Universo e Vida (9ª Edição, FEB,
2016), esclarece esse período da humanidade:
Foi
somente há cerca de quarenta milênios, quando os selvagens descendentes dos
primatas se estabeleceram na Ásia Central e depois migraram, em grandes
grupamentos, para o vale do Nilo, para a Mesopotâmia e para a Atlântida, que
surgiu no mundo o Homo sapiens, resultado da encarnação em massa, na Terra, dos
exilados da Capela, cuja presença assinalou, neste planeta, o surgimento das
raças adâmicas. (...)
Esse
fato, além de lógico e natural, por corresponder ao maior e quase único
patrimônio de conquistas vitais daqueles seres, era também necessário para lhes
assegurar a sobrevivência no mundo das formas materiais espessas e pesadas. (pg. 53)
Dessa maneira, a espécie humana passou por diversas fases
evolutivas até chegar ao Homo sapiens, à atual caraterística e apta a
receber Espíritos mais evoluídos.
Resistiram às adversidades climáticas e situações adversas, porque
a inteligência e as características biológicas proporcionaram meios para
superar as dificuldades em relação à outras espécies.
Nesse sentido, espécies precedentes sucumbiram perante o Homo
sapiens.
A Ciência e o Espiritismo se encontram na busca da origem da
humanidade e da verdade. Para a Doutrina Espírita nada é por acaso, tudo tem a
sua finalidade, o seu princípio inteligente e a sua explicação.
Mas para isso, primeiro é preciso acreditar em Deus, como
inteligência suprema e causa primária de todas as coisas. Sem a crença em Deus
e na sua ação, as análises serão incompletas, mesmo porque o homem é obra de
Deus.
O Espiritismo traz a lume a existência do mundo espiritual e com
isto adiciona o elemento que falta para a compreensão da evolução do Homo
sapiens.
Negar a existência de Deus é negar o princípio inteligente de tudo
que existe.
Bibliografia:
AUREO (Espírito); (psicografado por) Hernani Trindade Sant’Anna. Universo
e Vida. 9ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2016.
BRITO, Sabrina. Por que só o Homo sapiens sobreviveu? Disponível
em:https://bit.ly/32NEyUw - Acesso em 17 de setembro de 2018.
EMMANUEL (Espírito); (psicografado por) Francisco Cândido Xavier. A
Caminho da Luz. 38ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira,
2016.
KARDEC, Allan; tradução de Evandro Noleto Bezerra da 5ª ed.
francesa de 1869. A Gênese. 2ª Edição. Brasília/DF: Federação
Espírita Brasileira, 2013.
KARDEC, Allan; tradução da Redação de Reformador em 1884. O que
é o Espiritismo. 56ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira,
2013.
Este artigo foi contemplado no concurso “A Doutrina Explica”,
ocorrido em 2018, promovido na turma do Curso de Palestrantes Espíritas do
Distrito Federal, na Federação Espírita do Distrito Federal (FEDF). O autor é
palestrante espírita.

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