Jesus entre nós e o seu Evangelho
Jesus entre nós e o seu Evangelho
Esta reflexão
trata do tema Jesus entre nós e o seu Evangelho, que transforma a vida de quem decide
seguir seus ensinamentos e exemplos, adotando-os como roteiro moral e
espiritual, sendo constrangido a não mais ser a pessoa de antes.
A Doutrina de
luz e amor do Cristo conduz à transformação como ocorreu na mudança radical de
rumo na vida de Saulo para Paulo de Tarso, a caminho de Damasco, perante o
chamamento do Senhor para a sua missão.
A transformação
foi tamanha a ponto de Paulo dizer: “Já estou crucificado com Cristo; e
vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne,
vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por
mim” (Gálatas, 2: 20).
Saulo de
Tarso foi algoz e grande perseguidor do Cristianismo nascente. Ele não conheceu
Jesus; somente ouviu algumas de suas palavras pelos seguidores do Cristo.
Sob os
testemunhos dos companheiros de viagem, Saulo se viu atirado ao chão e tomado
de cegueira temporária e, quando se levantou, não era mais Saulo, o doutor da
lei, mas Paulo, o Apóstolo da nova ordem cristã.
Em Damasco,
Paulo saberia que rumo tomaria sua vida. Todos os seus valores, até ali, haviam
ficado na poeira da estrada. Naquela cidade, encontrou Ananias que lhe
restituiu a visão e o levou ao encontro do seu destino.
Nem todos
somos chamados dessa maneira aos nossos compromissos. As palavras de vida
eterna indicam o caminho a seguir, livrando-nos da cegueira da alma.
Naquele
episódio, Paulo foi constrangido pelo amor de Cristo e, pelo livre-arbítrio, não voltou
mais a ser o que era antes. Quando dominados pelo amor de Cristo, ele
nos constrange a seguir as suas pegadas e a mudar as nossas atitudes, os nossos
caminhos e as nossas vidas pela verdade divina que liberta a alma na busca da
perfeição.
Coagidos pelo
amor de Cristo, as claridades da Palavra iluminam e penetram com profundidade
as almas transformadas, não havendo mais lugar para a pessoa antiga.
Para seguir
Jesus, Paulo renunciou todos os
sentimentos inferiores, como o egoísmo, o orgulho, a soberba, a vaidade, dentre
outros, que retardam o progresso moral e espiritual.
A grande
reflexão de Jesus entre nós está em como mudar a nossa vida e dar a ela um novo
rumo e sentido, sendo constrangido pelo seu puro amor.
O primeiro
passo está na libertação das amarras e no desapego das coisas materiais que nos
prendem e impedem de tomar uma nova direção ou orientação, principalmente se
essa nova direção será exatamente no sentido oposto ao que você vinha vivendo
até agora.
Cedo ou
tarde, a hora do despertar moral e espiritual chegará! A hora que será
construída com luta diária, quer no seio da família, dos parentes e amigos,
quer no trabalho, ou no caminho da evolução mediante provas e expiações.
Quando chegar
a hora, não vacile, vá em frente, confiante, com fé e na certeza de que estará
servindo ao Senhor e não ao servo.
Ao
longo de nossas vidas, o Semeador Divino joga as suas sementes esperando que
sejamos solos férteis para germinar boa árvore e dar bons frutos.
Pela
Palavra, somos convocados a seguir as pegadas de Jesus no trabalho edificante
da prática do bem e da caridade.
A
verdade divina é uma só!
A
cada dia, temos a oportunidade de renovação e de renascimento espiritual.
Para
Jesus entrar em sua vida, depende unicamente de você.
Precisamos
nos transformar de Saulo para Paulo, arrancando dentro nós a luz da consciência
de um novo ser. A nossa tarefa está claramente diante de nós.
Os cristãos
conhecem algumas passagens dos Evangelhos, porém poucos se dedicam a lê-los e menor
parcela estuda os seus ensinamentos e exemplos. Entretanto, o mais difícil tem
sido praticar os ensinamentos e exemplos deixados pelo Cristo.
Por séculos e
séculos, o progresso moral não vem acompanhando o avanço intelectual da
Humanidade. Isso porque a prática de ensinos morais exige a luta contra as
próprias imperfeições para melhorar atributos na prática do bem.
Jesus Cristo
trouxe a Boa Nova, dotado de plena autoridade divina, para suprir a Humanidade
de recursos para a sua redenção moral e espiritual, cujos ensinamentos e
exemplos revelam-no como Governador Angélico do planeta Terra.
Jesus revelou
um Deus amoroso, bondoso, justo e misericordioso, que liberta o homem das
orientações de temor e vingança. Depois de Jesus, a orientação deixa de ser o
que não se deve fazer, mas sim o como agir.
O Cristo
ensinou a lei maior do amor: “Amar a Deus acima de todas as coisas e o próximo
como a si mesmo”. O amor a Deus não pode se dar sem o amor ao próximo em toda a
sua abrangência. Cristo ensinou, pelo exemplo, o modelo de amor divino.
O seu
Evangelho é o maior código moral existente, ensinando a colocar em prática a
lei de Deus. O Cristo disse que não veio destruir a lei divina, mas dar o seu
cumprimento, desenvolvê-la e dar-lhe o verdadeiro sentido.
Jesus, a
serviço da lei de Deus, confirmou a sua imutabilidade, ao mesmo tempo em que se
opunha às falsas interpretações da lei, à idolatria, aos abusos das práticas
exteriores do culto e das cerimônias, dentre outras, desviando-se dos legítimos
ensinamentos divinos.
O Cristo é o
caminho, a verdade e a vida que conduz ao Pai.
As aquisições
de virtudes são conquistas individuais, alcançadas por meio de provações e
aprendizados construtivos em sucessivas experiências vividas, um processo longo
e contínuo do que o Espírito ainda necessita de burilamento.
Para evoluir
moral e espiritualmente, precisamos conhecer o Mestre, ler sobre seus
ensinamentos e estudá-los para entender e sentir a sua presença viva dentro de
nós. Quando estivermos amadurecidos espiritualmente, nos habilitaremos a viver
a sua mensagem em plenitude.
Quando
entendermos os ensinamentos e exemplos do Mestre como as suas verdades
imutáveis, praticando-as, conseguiremos realizar caminhadas para a regeneração
moral que conduzirão a Deus e à perfeição. Essas caminhadas consistem em seguir
as pegadas do Cristo, agindo como Ele exemplificou. É caminhar com fé, coragem
e esperança na certeza de que Ele estará sempre entre nós.
Assimilar a
mensagem evangélica é vivenciar as lições do Cristo no cotidiano. Renascer a
cada dia, com disposição para recomeçar quantas vezes forem necessárias.
É sentir a
presença do Cristo na intimidade, reconhecendo que podemos alinhar os
propósitos superiores das leis divinas por meio de atitudes e comportamentos
que se coadunem com a ética e a moral.
Nunca estaremos
sozinhos na caminhada evolutiva. O Pai Eterno vela por todos os seus filhos,
sempre ofertando o melhor em consonância com o merecimento e a necessidade de
cada um.
Amar na
plenitude é palavra de ordem no cumprimento da Lei Maior que rege as relações
harmoniosas entre todos os seres e a Natureza.
Respeito e tolerância
são convites ao entendimento universal, à compreensão do comportamento alheio,
sem preconceitos nem julgamentos. É requisito da paz e da fraternidade.
A Boa Nova
não é apenas promessa de fraternidade e paz entre os homens, mas, acima de
tudo, é reiterada mensagem do Cristo que induz a servir sempre, compreendendo
que o mundo pode mostrar deficiências e imperfeições, mas que é nosso dever
amá-lo e ajudá-lo a avançar em direção do progresso moral.
A presença de
Jesus em nossas vidas serve de morada, escola, hospital e local de trabalho.
O Evangelho representa o mais elevado
código de conduta ética existente na humanidade. É fonte de preceitos morais. Seu
conteúdo aponta o caminho da sabedoria, da paz e do progresso espiritual,
norteando a vida. A sua observância transformará o mundo num local de fraternidade,
paz e prosperidade.
A maior divulgação do Evangelho é por
meio de nossos atos e, ao aplicarmos suas lições, damos a mais perfeita
demonstração de que as assimilamos.
A verdade nos
libertará à medida que evoluirmos e adquirirmos a capacidade de compreendê-la
no serviço dignificante da prática do bem, do amor e da caridade junto aos
nossos semelhantes.
Não seremos libertos pelas verdades provisórias
puramente humanas de que sejamos detentores. Devemos nos colocar como seres
receptivos para a verdade divina, única, absoluta, eterna e imutável.
A libertação pela verdade é longo processo pelo
trabalho incessante na prática do amor ao próximo como a si mesmo. A prática do
amor incondicional, sem esperar retribuição, reconhecimento e gratidão. É o
amor pelo amor, que perdoa, faz caridade, tem misericórdia e piedade, não é
orgulhoso e tampouco egoísta.
À medida que o ser humano busca planos mais
elevados da vida, o amor transcende assumindo outras modalidades de amor,
chegando até a amar como Jesus amou. Do amor ao próximo até amar os inimigos,
mede-se a evolução moral, donde decorre o grau da perfeição.
Iluminados
pela verdade, seremos instrumentos divinos, cooperando na obra de elevação
intelectual, moral e espiritual do mundo.
Nesse momento
de transição planetária, permanecendo na Palavra e conhecendo a verdade divina
que liberta a alma, a perseverança e a vigilância surgem como essenciais
preceitos de conduta nas lutas renovadoras, das quais somos convocados a fazer
as escolhas mais acertadas em prol dos mais elevados sentimentos de
fraternidade universal, pela prática da caridade para com nós mesmos e aos
nossos semelhantes.
Com fé em
Deus, confiança no amor do Cristo e entregando-se ao trabalho de renovação
espiritual, com bom ânimo, alcançaremos a força espiritual necessária para
superar as montanhas de dificuldades que surgem no caminho.
É preciso
resistir e manter-se vigilante no combate aos vícios, às más paixões e à
cegueira para as verdades divinas, pois larga é a porta da perdição e estreita
a porta da salvação.
Por isso,
atenção nesse momento de mudanças, pois surgirão falsos profetas que seduzirão
pessoas com falsas verdades, mas aquele que perseverar até o fim se salvará.
Bibliografia:
BIBLIA SAGRADA.
EMMANUEL (Espírito); psicografado por Francisco
Cândido Xavier. Fonte viva. 1ª
Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2020.
EMMANUEL (Espírito); psicografado por Francisco
Cândido Xavier. Paulo e Estevão.
45ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2017.
EMMANUEL (Espírito); na psicografia de Francisco
Cândido Xavier. Verdade e amor.
1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2015.
KARDEC, Allan; tradução de Evandro Noleto
Bezerra. A Gênese. 2ª Edição.
Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2013.
KARDEC, Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O
Evangelho Segundo o Espiritismo. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita
Brasileira, 2019.
KARDEC, Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O
Livro dos Espíritos. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira,
2019.

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