Natal com Jesus: glória a Deus, paz na Terra e boa vontade
Natal
com Jesus: glória a Deus, paz na Terra e boa vontade
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo
era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por
ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a
luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a
compreenderam.” (João, 1: 1-5)
Jesus é o Diretor angélico
do orbe terrestre, portador da mais perfeita expressão da Palavra de Deus,
identificado com a sua misericórdia e sabedoria, desde a organização primordial
do planeta, em que nada foi feito sem Ele. Jesus é guia e modelo da Humanidade,
caminho, verdade e vida, e ninguém chega ao Pai senão por Ele. A sua luz
imperecível brilha sobre os milênios terrestres pelo verbo do princípio como
semente das palavras de vida eterna.
Até o nascimento de Jesus
A Humanidade, desde o
surgimento do homem na Terra até a vinda do Cristo, vivia estágios evolutivos
de escuridão intelectual, moral e espiritual.
Apesar das revelações de
missionários divinos, que repassaram mensagens, orientações e instruções a
respeito da vida com Deus, diante de pessoas ignorantes e de sensos moral e de
justiça pouco desenvolvidos, reinava a ideia de um Deus terrível. Além disso,
atribuíam como divinas leis humanas para estabelecer regras de convivência em
sociedade.
Dentre essas leis, o “olho
por olho” e o “dente por dente” estimulavam retaliação, perseguição e vingança,
pagando o mal com o mal, que leva o homem a retribuir uma injúria com outra
injúria, uma ofensa com outra, enaltecendo o “orgulho”, a “honra” e a “coragem”,
e afastando a suposta “covardia”.
Também pregavam o sacrifício
de animais em templos, apedrejamento de pecadores, ritualismo de práticas
exteriores, dentre outras tantas, que representavam obrigações para as
“conexões divinas”.
Desvirtuando interpretações
das profecias, o Messias deveria ser um libertador do povo Hebreu contra a
dominação romana.
Assim, Jesus nasceria na
Terra em um ambiente hostil.
Nascimento de Jesus
“E o Verbo se fez carne, e
habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai,
cheio de graça e de verdade.” (João, 1: 14)
Há mais de dois mil anos,
naquela noite inesquecível de luz, nascia de forma singela e humilde o Salvador
da Humanidade, Cristo e Senhor, que se fez carne e habitou entre nós. Aquele
que ensinaria o caminho, a verdade e a vida que conduz ao Pai.
Não poderia ser de outra
maneira, pois simplicidade e humildade seriam os primeiros ensinamentos e
exemplos para testemunho a todos os povos naquela noite feliz.
Com a vinda do Messias, a
Humanidade não seria mais a mesma, pois o Filho de Deus percorreria como Filho
do Homem, desde a manjedoura até o calvário na cruz, o caminho missionário para
ensinar e exemplificar as sagradas lições do verdadeiro amor fraternal
universal, fundamentado na humildade, pureza de coração, perdão incondicional,
misericórdia, consolo aos aflitos, mansidão, justiça e esperança na vida que
nunca acaba.
O Anúncio do Anjo
O Anjo do Senhor,
acompanhado de uma legião angélica, apareceu para pastores que cuidavam de seus
rebanhos, anunciando o nascimento do Cristo, dizendo: “Glória a Deus nas
alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens.” (Lucas, 2: 14)
Jesus trouxe o verbo divino
para a regeneração e a transformação da Humanidade, com suas mensagens de fé e
confiança em Deus, paz, mansidão e boa vontade entre os seres humanos para o
progresso do planeta Terra.
O Espírito Emmanuel, na
psicografia de Francisco Cândido Xavier, no livro “Antologia mediúnica do
Natal”, Capítulo 49, em “Mensagem do Natal”, sintetiza a missão de Jesus:
“O cântico das legiões
angélicas, na noite divina, expressa o programa do Pai acerca do apostolado que
se reservaria ao Mestre nascente.
O louvor celeste sintetiza,
em três enunciados pequeninos, a plataforma do Cristianismo inteiro.
Glória a Deus nas Alturas,
significando o imperativo de nossa consagração ao Senhor Supremo, de todo o
coração e de toda a alma.
Paz na Terra, traduzindo a
fraternidade que nos compete incentivar, no plano de cada dia, com todas as
criaturas.
Boa Vontade para com os
homens, definindo as nossas obrigações de serviço espontâneo, uns à frente dos
outros, no grande roteiro da Humanidade.”
Glória a Deus nas alturas
O “Glória a Deus nas
alturas” representa a saudação de adoração para a elevação do pensamento a
Deus, que sai do fundo do coração, lembrando-se de que o Criador sempre tem
sobre nós o seu olhar.
Essa glorificação manifesta
a confiança e a crença no Pai eterno, inteligência suprema e causa primária de
todas as coisas, cuja presença percebemos por toda parte, todo o tempo.
Esse ato de adoração e
gratidão significa, ainda, o reconhecimento e a submissão ao seu poder e à
providência divina que atende às nossas solicitudes.
Glorificar o Pai maior, é
ser grato a tudo que temos, à família, aos parentes, aos amigos, aos bens,
talentos e auxílios que Deus nos proporciona, assim como aos adversários, ao
sofrimento e à dor decorrentes das provas e expiações retificadoras e renovadoras,
cujas lições farão subir mais um degrau na escala evolutiva espiritual.
Para ser grato e glorificar
a Deus, precisamos limpar a janela da alma para ver, identificar e reconhecer
as dádivas e as bênçãos recebidas do Alto, afastando a cegueira dominante no
coração.
Paz na Terra
Bem-aventurados os que são
mansos, porque possuirão a Terra. (Mateus, 5: 5)
Bem-aventurados os
pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (Mateus, 5: 9)
Jesus trouxe sagradas
mensagens de paz, prometendo aos brandos e aos pacíficos que justiça será
feita, porque herdarão a Terra e serão chamados filhos de Deus.
Ensinou a cultuar a paz pela
prática da fraternidade universal.
Ensinou também a buscar a
paz de Espírito que contribui para a paz na Terra, porquanto se cada um de nós
mudar o seu comportamento, semeando a paz dentro de si e eliminando os
sentimentos inferiores, auxiliaremos a paz no planeta, motivados pelo equilíbrio
e pela compreensão que, com paciência, saberá plantar o bem e esperar a
colheita, sem desespero e sem violência.
É dever do cristão
reconhecer os próprios equívocos e desculpar-se. Muitas vezes, sabe que está
errado, que cometeu injustiça, mas não pede perdão.
O verdadeiro cristão
compreende que não pode acomodar-se com comportamento em desacordo com as leis
de Deus e precisa aprender a dominar os seus impulsos agressivos e conviver com
o próximo sem sair dos padrões do Evangelho.
Guardemos o ensinamento do
Cristo no coração, para que nos sustente as almas na luta renovadora em que nos
cabe atingir na redenção do dia a dia. Se deseja seguir Jesus, aprende a
dominar os próprios impulsos e eleja a serenidade por clima de cada hora.
Boa vontade para com os
homens
Pessoas de boa vontade
conseguem, mediante nova disposição ou atitude favorável, superar as divergências
pessoais e culturais para juntas viverem em paz.
Devemos aprender a
movimentar a boa vontade para colocá-la a serviço da fraternidade universal.
Ter boa vontade para com todos para a devida harmonia que deve existir entre os
povos.
O melhor remédio contra os
males nos conflitos pessoais é a boa vontade, principalmente em benefício dos
que nos odeiam ou ainda não nos compreendem.
Sem a boa vontade, é muito
difícil transformar circunstâncias conflituosas da vida em obras edificantes,
tendo em vista a felicidade espiritual e o amor eterno.
Devemos transformar as
nossas energias em bondade e compreensão mediante o esforço no bem, a renúncia
a si mesmo e o sacrifício regenerador para brilhar a luz do Cristo no interior
da alma.
A Boa Nova
Jesus Cristo trouxe a Boa
Nova, dotado de plena autoridade divina para suprir a Humanidade de recursos
para a sua redenção espiritual.
Contrariando as expectativas
das sombras, veio um Messias simples, humilde e fraterno, que consolava os
aflitos e necessitados.
Jesus revelou um Deus
amoroso, bondoso, justo e misericordioso, que liberta o homem das orientações
do temor e da vingança.
Depois de Jesus, a
orientação deixa de ser o que não se deve fazer, mas sim o como agir.
O Cristo ensinou a lei maior
do amor: “Amar a Deus acima de todas as coisas e o próximo como a si
mesmo”.
O amor a Deus não pode se
dar sem o amor ao próximo em toda a sua abrangência. Cristo ensinou, pelo
exemplo, o modelo de amor divino.
O seu Evangelho é o maior
código moral existente, ensinando a colocar em prática a lei de Deus.
No Sermão da Montanha, o
Cristo disse que não veio destruir a lei divina, mas dar o seu cumprimento,
desenvolvê-la e dar-lhe o verdadeiro sentido.
Jesus, a serviço da lei de
Deus, confirmou a sua imutabilidade, ao mesmo tempo em que se opunha às falsas
interpretações da lei, à idolatria, aos abusos das práticas exteriores do culto
e das cerimônias, dentre outras, desviando-se dos legítimos ensinamentos
divinos.
O Cristo revelou a verdade
divina pela Palavra que liberta a todos que creem e praticam os seus
ensinamentos e exemplos como roteiros de vida, conduzindo-os pelo caminho do
progresso moral e espiritual.
As aquisições de virtudes
são conquistas individuais, alcançadas por meio de provações e aprendizados
construtivos em sucessivas experiências vividas, um processo longo e contínuo
do que o Espírito ainda necessita de melhoramento.
Mensagem final
Assim, o Natal com Jesus tem
um significado maior.
É acolher no coração os
sagrados ensinamentos do Cristo e fazer deles um roteiro de vida para libertar
a alma pela verdade divina mediante a prática do amor em ação.
A verdade divina nos
libertará à medida que evoluirmos e adquirirmos a capacidade de compreendê-la
no serviço dignificante da prática do bem, do amor e da caridade junto aos
nossos semelhantes.
A libertação pela verdade é
longo processo pelo trabalho incessante na prática do amor ao próximo como a si
mesmo. A prática do amor incondicional, sem esperar retribuição, reconhecimento
e gratidão. É o amor pelo amor, que perdoa, faz caridade, tem misericórdia e
piedade, não é orgulhoso e tampouco egoísta.
À medida que o ser humano
busca planos mais elevados da vida, o amor transcende assumindo outras
modalidades de amor, chegando até a amar como Jesus amou. Do amor ao próximo
até amar os inimigos, mede-se a evolução moral, donde decorre o grau da
perfeição.
Iluminados pela verdade,
seremos instrumentos divino, cooperando na obra de elevação intelectual, moral
e espiritual do mundo.
Nesse momento de transição
planetária, permanecendo na Palavra e conhecendo a verdade divina que liberta a
alma, a perseverança e a vigilância surgem como essenciais preceitos de conduta
nas lutas renovadoras, das quais somos convocados a fazer as escolhas mais
acertadas em prol dos mais elevados sentimentos de fraternidade universal.
Com fé em Deus, confiança no
amor do Cristo e entregando-se ao trabalho de renovação espiritual, com bom
ânimo, alcançaremos a força espiritual necessária para superar as montanhas de
dificuldades que surgem no caminho.
Jesus disse que estará ao
nosso lado por séculos e séculos, até a consumação dos tempos.
Então, nesse clima de
presença constante do divino Mestre em nós, desejamos um feliz Natal com Jesus
e que a paz e a boa vontade estejam com todos nós!
Bibliografia:
BÍBLIA
SAGRADA.
EMMANUEL (Espírito); na
psicografia de Francisco Cândido Xavier; coordenação de Saulo Cesar Ribeiro da
Silva. O Evangelho por Emmanuel: comentários ao Evangelho segundo
Lucas. 1ª Edição. Brasília/DF:
Federação Espírita Brasileira, 2016.
KARDEC,
Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.

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