Avanços da “inteligência artificial” e da “inteligência não artificial”
Avanços
da “inteligência artificial” e da “inteligência não artificial”
Muito se fala dos avanços tecnológicos proporcionados pela “inteligência
artificial”.
Certos materialistas chegam até a dizer que a humanidade não mais
precisará de Deus, mas poderá desenvolver uma nova consciência coletiva com a
ajuda da “inteligência artificial” que cumpra a função da religião.
Para estes: “Deus não existe”; “temos somente uma vida”; “a alma faz
parte da matéria”; “todo o Universo é matéria”; e “a inteligência artificial
substituirá Deus”.
Ao se aceitar estas teses: se Deus não existe e dispomos somente de uma
existência, depois dela, é o fim de tudo; devemos viver intensamente em função
dos bens materiais; desfrutar, ao máximo, os prazeres da vida; obter poder;
esquecer os outros; cultivar o orgulho e o egoísmo; e não perder tempo;
teríamos que fazer uma “reforma íntima” ao inverso.
Tudo dependerá da “inteligência artificial”, que proporcionará justiça e
misericórdia para as pessoas sem esperança. Toda a fé será depositada na
máquina do futuro. Viveremos em função dela, idolatrando e reverenciando-a,
como aos ídolos do passado.
Em uma reflexão, aqui não se propõe questionar os avanços tecnológicos,
mas sim de eles serem acompanhados dos avanços morais da “inteligência não
artificial”, do ser espiritual, proporcionados pela Palavra divina e pela
existência e sobrevivência do Espírito.
Kardec, na pergunta 780, em “O Livro dos Espíritos”, diz que o progresso
moral decorre do progresso intelectual, mas nem sempre o segue imediatamente.
O Espírito Joanna de Ângelis, “Em busca da verdade”, na psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ditou que “os avanços da ciência apoiada na
tecnologia dignificaram a vida, facultando uma visão otimista e encantadora da
existência humana, aumentando o seu poder até chegar aos extremos de tornar-se
onipotente, de tal modo, que nada se faz sem o seu concurso, chegando-se mesmo
a considerá-las os novos deuses do panteão cultural da atualidade”.
Mais adiante, expressa que: “dessa crise existencial que desestrutura
o ser humano, transformado em máquina de prazer, que logo se desgasta e
decompõe, surgirá uma nova proposta de humanização do ser que se erguerá dos
descalabros para a valorização do divino que nele existe, dos sentimentos que
engrandecem, que elevam moralmente e dão real significado existencial,
trabalhando-o para que, na condição de célula social, ao transformar-se para
melhor, contribua para todo o conjunto”.
Hoje, são evidentes os avanços significativos no campo da Ciência,
fundamentais aos progressos científicos e tecnológicos, todavia, importante
também assinalar a necessidade do acompanhamento da evolução moral e
espiritual.
Para os materialistas, a prova da existência de Deus, como dizem
os Espíritos, pode ser encontrada “num axioma que aplicais às
vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é
obra do homem e a vossa razão responderá”.
Kardec comenta: “para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre
as obras da Criação. O Universo existe, logo, tem uma causa. Duvidar da
existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada
pôde fazer alguma coisa”. (Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 4.)
“A existência de Deus é, pois, um fato comprovado não só pela revelação,
como pela evidência material dos fatos.” (Allan Kardec: A Gênese. Capítulo II,
item 7.)
Ademais, o Espírito independe da matéria, pois “são distintos uma do
outro; mas a união do espírito e da matéria é necessária para intelectualizar a
matéria”. (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, questão 25.)
Isso, porque o Universo é regido pelos princípios material e espiritual,
e acima de tudo Deus, criador de todas as coisas. Deus, Espírito e matéria
constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Espírito e
matéria são duas constantes da realidade universal.
Assim, os avanços intelectual e moral precisam caminhar juntos, sendo
imprescindíveis para o progresso da Humanidade, contudo, o alerta nos dizeres
do Espírito Emmanuel, em “O Consolador”: “a parte intelectual sem a moral
pode oferecer numerosas perspectivas de queda, na repetição das experiências,
enquanto que o avanço moral jamais será excessivo, representando o núcleo mais
importante das energias evolutivas”.
Autor: Juan Carlos Orozco
Bibliografia:
ÂNGELIS, Joanna (Espírito); na
psicografia de Divaldo Pereira Franco. Em busca da verdade. 1ª Edição. Salvador/BA:
Editora Leal, 2009.
KARDEC, Allan; tradução de
Evandro Noleto Bezerra. A Gênese. 2ª
Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2013.
KARDEC, Allan; tradução de
Guillon Ribeiro. O Livro dos Espíritos.
1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.
EMMANUEL
(Espírito); (psicografado por) Francisco Cândido Xavier. O Consolador: 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita
Brasileira, 2017.

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