Família
Família
O
Espírito Neio Lúcio, em “Jesus no lar”, na psicografia de Francisco Cândido
Xavier, ensina: “O lar, na
maioria das vezes, é o cadinho santo ou o forno preparador. (...) O lar é um
curso ligeiro para a fraternidade que desfrutaremos na vida eterna. Sofrimentos
e conflitos naturais, em seu círculo, são lições.” (extraído do
texto: A escola das almas)
“O
berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A casa do
homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum. (...) A paz do
mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos.” (extraído
do texto: O culto cristão no lar)
O
Espírito Emmanuel, em “Família”, na psicografia de Francisco Cândido Xavier,
esclarece: “O lar é o porto de
onde a alma se retira para o mar alto do mundo, e quem não transporta no
coração o lastro da experiência dificilmente escapará ao naufrágio parcial ou
total.” (extraído do texto: Em Família)
No
ambiente familiar, começa a nossa missão no mundo, porquanto é o santuário onde
a bondade divina nos situa, e dentro dele recebemos o primeiro mandato de
serviço cristão.
“Entre
as paredes do templo familiar, preparamo-nos para a vida com todos. Seremos, lá
fora, no grande campo da experiência pública, o prosseguimento daquilo que já
somos na intimidade de nós mesmos.” (Espírito Scheilla. Extraído do texto:
Luz no lar, do livro Luz no lar.)
A
família é o alicerce da sociedade, assentando a base da harmonia dos povos.
O
combate ao egoísmo começa no lar, porque ali passamos a nos interessar uns
pelos outros, já com certo desprendimento.
No
seio familiar, a criança é um diamante do Céu para ser burilado. Ela devolverá
o que aprender, de acordo com a semente plantada em seu coração. Aprendendo a
amar os familiares, o ser humano exercita o sentimento de amor que leva a
expandi-lo para amigos e próximos.
Assim,
a família, como a primeira escola de vida para todos nós, oferece oportunidades
de ensinamentos, aprendizados e experiências que impulsionarão a nossa evolução
intelectual, moral e espiritual.
Arraigada
em vidas passadas, a família é formada por agentes diversos que se reencontram
afetos e desafetos para os ajustes e reajustes indispensáveis.
Na
família, os laços espirituais podem ser formados por Espíritos unidos pela
afeição, simpatia e semelhança de inclinações, felizes por estarem juntos.
Dessa
afinidade espiritual, uns podem seguir os outros na encarnação, reunindo-se em
uma mesma família para trabalharem pelo mútuo adiantamento.
Nesse
contexto, movidos pelo amor, os que estão mais adiantados auxiliam os
retardatários a progredirem, no sentido de voltar e ajudar os que se atrasaram.
Em
outro contexto, os laços espirituais de família podem ser formados por
desafetos, divididos por desavenças anteriores, servindo-lhes de provação.
Isso
porque, depois de uma existência, o Espírito leva consigo as paixões e os
ressentimentos de existências passadas. Contudo, o Espírito aperfeiçoa-se no
Espaço até que deseje receber a luz.
Após
o tempo de meditação, o Espírito ressentido aproveita a oportunidade para
renascer na família do desafeto para viver nova chance de progresso.
Para
o Espiritismo, as nossas vidas não se cruzam ao acaso, pois forças superiores
impelem-nos uns para com os outros para cumprir as ações da providência divina.
É
assim que devemos compreender a grande família unida por laços espirituais, que
vai além dos laços biológicos.
Os
pais, como educadores do lar, precisam incentivar, no ambiente doméstico, seus
filhos com atitudes, atividades, afazeres, tarefas e ocupações edificantes,
fazendo-os aprender a serem úteis, obedientes e solidários, como preparação
para as suas vidas futuras, sendo cidadãos de bem.
Educar
os filhos não é tarefa fácil, porquanto exige cuidado, atenção, respeito,
carinho, afeto, correção, orientação, exemplo e amor, mas sobretudo porque eles
necessitam de aprendizado edificante para formar seus caráteres e suas
personalidades para a idade adulta.
As
escolas instruem suas inteligências, mas dificilmente se encarregarão pela
edificação da alma, enobrecendo os seus sentimentos morais. Ninguém poderá
substituir os pais na educação do coração.
Por
conseguinte, é de suma importância a influência dos pais na educação dos filhos
durante a infância para a construção de seus futuros, tornando-os em fontes de
nobres sentimentos em suas relações sociais, sendo pessoas de bem.
Nas
condições de pais e filhos, não passamos de devedores em resgate de antigos
compromissos. Pelo véu de esquecimento do passado, abrem-se as portas da
renovação para que juntos possamos construir um novo porvir.
Da
ação renovadora, o filho estampará os próprios ideais e impulsos, plasmando um
novo modo de ser.
Por
maiores que sejam os nossos compromissos e as nossas obrigações, na esfera dos
negócios ou na vida social, destine as atenções necessárias à família.
Lembrando-se
sempre de que as aquisições morais são conquistas do Espírito em evolução e os
filhos seguem os bons exemplos dos pais, principalmente se houver iniciativa
destes em passar as regras de comportamento sadio que devem pautar suas vidas,
estabelecendo padrões de moralidade.
Assim,
como pais, não podemos abandonar os filhos ao acaso das circunstâncias da vida.
Como colher o que não foi plantado?
A
semente a ser plantada em nossos filhos é a de uma educação edificante,
mediante o trabalho no lar, para que eles sejam cidadãos corretos, cumpridores
de seus deveres e respeitadores das leis de Deus e da sociedade.
Por
tudo isso, receba-os com doçura e reconhecimento, mas não esqueça o dever de
supri-los com a elevação espiritual necessária para o bom combate que lhes cabe
enfrentar no porvir de luta probatória.
Bibliografia:
BARCELOS,
Walter. Educadores do Coração. 6ª Edição. Belo Horizonte/MG: UEM, 2000.
EMMANUEL (Espírito); na psicografia de Francisco
Cândido Xavier. Família. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita
Brasileira, 2016.
LÚCIO,
Neio (Espírito), na psicografia de Francisco Cândido Xavier. Jesus no lar. 37ª Edição. Brasília/DF:
Federação Espírita Brasileira, 2018.
ROCHA,
Cecília (organizadora). Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita: programa
fundamental. Tomo I. 2ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira,
2018.
ROCHA,
Cecília (organizadora). Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita: programa
fundamental. Tomo II. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita
Brasileira, 2017.
XAVIER,
Francisco Cândido (psicografado por); por diversos Espíritos. Luz no lar.
12ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2018.

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