Os níveis de amor e a escala evolutiva moral e espiritual
Os níveis de amor e a escala evolutiva
moral e espiritual
Essa reflexão vai tratar dos níveis de amor e a escala evolutiva
moral e espiritual na busca da perfeição relativa à humanidade ensinada e
exemplificada pelo Mestre Jesus.
O Cristo veio ensinar a lei maior do amor divino, tendo o seu
Evangelho como um dos pilares a ser conquistado por cada ser humano em suas
jornadas evolutivas.
Com a Boa Nova, o Mestre abriu novas perspectivas ao ser humano,
estabelecendo novo sistema de vida e melhoria no relacionamento entre as
pessoas. Enfatizou o perdão incondicional, o auxílio aos seus semelhantes e o
amor aos inimigos, assim como a perseverança e a vigilância para se alcançar
patamares de evolução mais elevados.
Em cada estágio da prática do amor divino, purificamos o coração
das nossas próprias imperfeições mediante os combates necessários em várias
existências. A cada experiência amorosa, sobe-se um degrau evolutivo rumo à
perfeição a que estamos destinados.
Um dos meios para se desenvolver uma transformação interior para
mudar e melhorar moral e espiritualmente é a condução de uma reforma íntima
para se enxergar, identificar, assumir e aceitar as suas reais condições de
imperfeição, aquilo que ainda necessita realizar para seguir o caminho da
verdade e da vida em direção ao Pai.
Os níveis de amor divino na busca da perfeição:
Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo
Este é o primeiro nível de
evolução.
Jesus ensinou: “Amar a
Deus acima de todas as coisas e o próximo como a si mesmo”, e
acrescentando: “aí estão a lei toda e os profetas” (Mateus, 22: 37- 39).
Isso porque não se pode verdadeiramente amar a Deus sem amar o próximo, nem
amar o próximo sem amar a Deus. Tudo o que se faça contra o próximo é fazê-lo contra
Deus.
Você se ama? Quanto é esse
amor? Tem amado o próximo? Quanto é esse amor?
O “amar o próximo como a si mesmo”
relaciona o amor ao próximo com o amor que a pessoa tem dela mesma. O quanto
amo o próximo é o mesmo do meu amor-próprio.
Se não tenho amor-próprio,
como amar o próximo? Não será possível!
Por outro lado, se tenho
amor egoísta, da mesma forma, não há lugar para o amor ao próximo.
Além do egoísmo pessoal, há
o egoísmo seletivo: somente amo pessoas do meu círculo de afinidade. De igual
maneira, não consigo amar o próximo.
Daí a meta a ser alcançada:
estender o círculo de amor além do núcleo de parentesco e amizade, rumo à
fraternidade universal.
Pela reencarnação, somos
solidários no passado e no futuro, em que as relações se perpetuam no mundo
espiritual e no corporal.
Somente o progresso moral e
espiritual pode assegurar a felicidade dos homens na Terra, colocando um freio
nas más paixões; somente ele pode fazer com que reinem a concórdia, a paz e a
fraternidade entre os homens.
Amar os inimigos
Esse nível de amor vai mais além do amor ao próximo, pois ele
engloba todos aqueles que me ofendem, odeiam, perseguem, causam grande mal,
dentre outros.
Jesus disse “reconciliai-vos o mais depressa possível com o
vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para que ele não vos
entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não sejais
metido em prisão. Digo-vos, em verdade, que daí não saireis, enquanto não
houverdes pago o último ceitil”. (Mateus, 5: 25-26)
Disse ainda: “Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos
odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam, a fim de serdes filhos do
vosso Pai que está nos céus e que faz se levante o Sol para os bons e para os
maus e que chova sobre os justos e os injustos”. (Mateus, 5: 43-45)
Pode uma pessoa amar o seu inimigo? Isso é possível? Pode alguém
oferecer a face esquerda, quando baterem na face direita?
Na escala de evolução espiritual, “amai os vossos inimigos”
seria quase chegar à perfeição.
Há de se considerar, ainda, a presença dos “inimigos” que cada um
traz dentro de si, representados pelas próprias imperfeições, más tendências e
outras deficiências que conspiram contra a saúde física, emocional e
espiritual. Os pontos negativos que imperam no nosso psiquismo são elementos
complexos que precisam ser desativados, pois conspiram, continuamente, contra a
nossa paz de espírito, nos atormentando a existência.
Se amar o próximo constitui o princípio da caridade, amar os
inimigos é a mais sublime aplicação desse princípio, porquanto a posse de tal
virtude representa uma das maiores vitórias alcançadas contra o egoísmo e o
orgulho.
Amar como Jesus amou
Esse é o nível de plenitude do amor divino relativo à humanidade
na busca da perfeição a que somos destinados.
O Cristo disse: “Eu lhes dou este novo mandamento: amem uns aos
outros. Assim como eu os amei, amem também uns aos outros. Se tiverem amor uns
pelos outros, todos saberão que vocês são meus discípulos”. (João, 13:
34-35)
Jesus disse que se tratava de novo mandamento, além de “amarás
a Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento”
e “amarás ao teu próximo como a ti mesmo”.
Esse novo mandamento pode ser resumido em: amar como Jesus amou;
em amando desta maneira, serão considerados seus discípulos. O novo chamamento
de Jesus conduz a buscar o seu exemplo de amar, ordenando ir uns aos outros,
amando-se mutuamente.
O Mestre, no momento derradeiro em sua jornada na Terra, disse: “Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23: 34).
Do Livro Boa Nova, o Espírito Humberto de Campos destaca: “daqueles
lábios, que haviam ensinado a verdade e o bem, a simplicidade e o amor, não
chegou a escapar-se uma queixa. Martirizado na sua estrada de angústias, o
Messias só teve o máximo perdão para seus algozes”.
No martírio, Jesus perdoou a humanidade inteira, inclusive os
algozes, exemplificando seus ensinamentos: “porque, se perdoardes aos homens
as suas ofensas, também vosso Pai Celeste vos perdoará; se, porém, não
perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mateus
6: 14-15).
“Em amarmos os nossos inimigos, em fazermos o bem aos que nos
odeiam, em orarmos pelos que nos perseguem”, tem-se a lei suprema do Amor, do perdão e da
caridade, essências da perfeição. Amar os inimigos, os que odeiam ou os que
perseguem passa pelo perdão.
Do amor ao próximo até amar os inimigos, mede-se a evolução moral,
donde decorre o grau da perfeição. Foi por isso que Jesus, depois de haver dado
a seus discípulos as regras, lhes disse: “sede perfeitos, como perfeito é
vosso Pai celestial”.
Assim, a fraternidade não
está mais circunscrita a alguns indivíduos que o acaso reúne durante a duração
efêmera da vida; ela é perpétua como a vida do Espírito, universal como a
humanidade, que constitui uma grande família em que todos os membros são solidários
uns com os outros, qualquer que seja a época em que viveram.
Bibliografia:
BÍBLIA
SAGRADA.
KARDEC, Allan; tradução de Guillon Ribeiro. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 1ª
Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.
CAMPOS, Humberto de (Espírito); (psicografado
por) Francisco Cândido Xavier. Boa Nova. 37ª Edição. Brasília/DF:
Federação Espírita Brasileira, 2016.

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